quarta-feira, 29 de abril de 2015

Jacitara desenvolve projeto de alfabetização com funcionários

Construtora de Indaiatuba detectou necessidade de curso no canteiro de obras
A preocupação com o desenvolvimento dos colaboradores sempre foi uma constante na Jacitara. Com os funcionários dos canteiros de obras nunca foi diferente. Por isso, desde setembro do ano passado a construtora e incorporadora de Indaiatuba promove um curso de alfabetização voltado para os trabalhadores que ainda não haviam sido alfabetizados.
O programa de educação para os colaboradores da Jacitara foi implantado no dia 5 de setembro, no canteiro de obras do Premium Residence, em Indaiatuba, com a participação de 14 funcionários. O curso é desenvolvido aos sábados, no próprio local de trabalho, em salas próprias para treinamento, em parceira com o curso de Pedagogia da Faculdade Max Planck. 
A diretora de Recursos Humanos da Jacitara, Maria Tereza Scachetti, explica que, após um levantamento de escolaridade feito nas obras, foram detectados funcionários sem alfabetização. “Em um contato pessoal com estes colaboradores, percebemos o interesse de cada um em ser alfabetizado”, revela.
O projeto desenvolvido em parceria com a faculdade consiste em um contato inicial do trabalhador com a alfabetização, podendo durar de 12 a 18 meses.
A mudança que o curso proporciona já é sentida na vida dos trabalhadores. O carpinteiro Josafá Motas de Oliveira, 61 anos, conta que morava na roça e teve pouco contato com os bancos escolares. “Agora estou encaminhado, estou feliz porque comecei a escrever”, revela. Caprichoso, ele faz as tarefas de casa com a ajuda do filho. 
A estudante Joice Rodrigues Acino, do 3o semestre do curso de Pedagogia, que acompanha Josafá nas aulas, diz que é possível perceber sua evolução. “Ele ainda tem algumas dificuldades, mas é muito esforçado”, avalia. 
O ajudante Francisco Pereira Silva, 43 anos, avalia que o curso de alfabetização é “uma ajuda muito boa”. “Temos mais é que agradecer a empresa e a paciência das professoras”, comenta. “Hoje eu já consigo fazer as letras, sei marcar telefone, pegar o ônibus. Antes, eu era como um cego, que tinha que ser levado pelas pessoas”, constata. Francisco diz que está muito feliz e quer dar sequência aos estudos. “Quero ir longe”, avisa. 
A alfabetização mudou de forma radical a vida do também ajudante Gilson Alves de Oliveira. As aulas proporcionaram uma inclusão cidadã do trabalhador, que recentemente conseguiu a emissão do primeiro RG recentemente. “Vim da Bahia e cheguei em Indaiatuba ‘cego’, sem saber ler nada”, lembra. “Agora, tirei meu RG. Eu tremia para assinar, de tão nervoso que fiquei”, conta, emocionado. 
Para Gilson, que tem 50 anos, nunca é tarde para começar a estudar. “Sou muito agradecido à empresa e a Deus. Isso que eu tenho hoje, de saber escrever meu nome, é só meu, ninguém tira. Eu treino muito meu nome, porque antes era muito triste não ter documento”, completa. 

Aprender sempre
A política de incentivar a educação não se restringe ao programa voltado para os funcionários que não estavam alfabetizados. A diretora de RH comenta que o lema “aprender sempre” faz parte do planejamento estratégico da empresa, que tem política de treinamento com cursos internos e externos, programa de concessão de bolsas de estudos, entre outros. 

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